Não gosto da escrita desta senhora. Sim, eu já li livros dela. Sim, estou a criticar aquilo que li.
A escrita dela é básica. Demasiados lugares-comuns, demasiado apelo à emoção fácil, à lágrima que cai...
Apelo às mulheres mal amadas, bem-amadas que acham que o príncipe encantado anda de cavalo branco, apelo às mulheres não estão realizadas nem a nível pessoal, nem a nível profissional, apelo às mulheres realizadas profissionalmente, mas cuja sua vida sentimental não está de modo algum resolvida, ou é de modo algum madura.
São romances de amores sofridos, de histórias impossíveis que fazem suspirar aqueles que não tem mais de um dedo de testa para ler outra coisa.
Romances de lágrima barata.
Não é estudar na Faculdade de Letras, não é ler 1500 livros que nos torna escritores. Vai além disso.
Eu estudei na Faculdade de Letras, eu li bem mais de 1500 livros, mas não sei escrever. Não tenho o dom da palavra escrita. Não o dom para escrever um livro de ficção. Sei melhor escrever críticas, opiniões...
Portanto, acho que a senhora como jornalista, partindo do principio que seria imparcial, faria um trabalho muito melhor...
Dito isto, o motivo pelo qual a senhora me causa asco, além dos livros claro.
As suas opiniões.
Corria o ano de 2012 e eis que enquanto andava pelas redes sociais me chamam a atenção para um artigo de Margarida Rebelo Pinto. Não tenho por norma ler os artigos desta senhora. Lamento o preconceito, mas não leio. Até que uma amiga minha me disse, tens de ler. E li. E fiquei chocada. E apeteceu-me fazer não sei bem o que a esta senhora. Não é que ela resolveu descascar em cima das gordinhas?
Depois da revolta inicial e depois de ter lido o artigo todo pensei, só escreve isto quem tem algo muito pessoal contra as pessoas gordinhas, gordas ou com peso a mais. Vai-se a ver, se calhar a senhora até foi trocada por alguma gordinha no seu passado e os seus livros servem como forma de terapia.
E portanto deixo o artigo:
""Serve esta crónica para retratar e comentar um certo elemento que existe frequentemente em grupos masculinos e que responde pelo nome genérico de ‘Gordinha’
A Gordinha é aquela amigalhaça companheirona que desde o liceu cultivava o estilo maria-rapaz, era espertalhona e bem-disposta, cheia de energia e de ideias, sempre pronta para dizer asneiras e alinhar com a malta em programas. Ora acontece que a Gordinha é geralmente gorda e sem formas, tornando-se aos olhos masculinos pouco apetecível, a não ser em noites longas regadas a mais de sete vodkas, nas quais o desespero comanda o sistema hormonal, transformando qualquer bisonte numa mulher sexy, mesmo que seja uma peixeira com bigode do Mercado da Ribeira.
A Gordinha é porreira, é fixe, é divertida, quer sempre ir a todo o lado e está sempre bem-disposta, portanto a Gordinha torna-se uma espécie de mascote do grupo que todos protegem, porque, no fundo, todos têm um bocado de pena dela e alguns até uma grande dose de remorsos por já se terem metido com a mesma nas supracitadas funestas circunstâncias. E é assim que a Gordinha acaba por se tornar muito popular, até porque, como quase nunca consegue arranjar namorado, está sempre muito disponível para os mais variados programas, nem que seja ir comer um bife à Portugália e depois ao cinema.
À partida, não tenho nada contra as Gordinhas, mas irrita-me que gozem de um estatuto especial entre os homens. Às Gordinhas tudo é permitido: podem dizer palavrões, falar de sexo à mesa, apanhar grandes bebedeiras e consumir outras substâncias igualmente propícias a estados de euforia, podem inclusive fazer chichi de pernas abertas num beco do Bairro Alto porque como são ‘do grupo’ toda a gente acha muita graça e ninguém condena.
Agora vamos lá ver o que acontece se uma miúda gira faz alguma dessas coisas sem que surja logo um inquisidor de serviço a apontar o dedo para lhe chamar leviana, ordinária, desavergonhada e até mesmo porca. Uma miúda gira não tem direito a esse tipo de comportamentos porque não é one of the guys: é uma mulher e, consequentemente, deve comportar-se como tal. E o que mais me irrita é quando as Gordinhas apontam também elas o dedo às giras, quando estas se comportam de forma semelhante a elas.
Ser gira dá trabalho e requer alguma diplomacia. Que o digam as minhas amigas mais bonitas e boazonas que foram vendo a sua reputação ser sistematicamente denegrida por dois tipos de pessoas: os tipos que nunca as conseguiram levar para a cama e as gordas que teriam gostado de ter sido levadas para a cama por esses ou por outros. Uma mulher gira não pode falar alto nem dizer palavrões que lhe caem logo em cima. Já uma Gordinha pode dizer e fazer tudo o que lhe passar pela cabeça, porque conquistou um inexplicável estatuto de impunidade.
Porquê? Porque não é vista como uma mulher? Porque todos têm pena dela? E, já agora, porque é que quando uma mulher está/é gorda nunca ninguém lhe diz, mas quando está/é magra, ninguém se coíbe de comentar: «Estás tão magra!?»
Como dizia a Wallis Simpson: «Never too rich, never too slim». E quanto às Gordinhas, o melhor é arranjarem um namorado. Ou uma dieta. Ou as duas coisas." MRP"
Leiam e tirem as vossas conclusões.
E já neste ano, e a propósito das recentes manifestações, a dita senhora resolveu ir para um programa dizer o seguinte: (a partir do minuto sete deste vídeo):
Esta foi a resposta de Bruno Nogueira:
E sobre isto, mais nada...
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