Sunday, June 8, 2008

Literatura de Expressão Alemã II: XD

Há aulas que até podem ser divertidas! Sim, é possível! Eu sei que é difícil de acreditar porque a maioria das aulas nos dá vontade de dormir ou então de matar o professor…
Mas se querem ver até que ponto as aulas podem ser divertidas e até um pouco assustadoras continuem a ler.
Agora que vos chamei atenção, eis o relato das minhas aulas de Literatura de Expressão Alemã II.
Começamos nos pós I Guerra Mundial. Falamos sobre a corrente dadaísta:
“Ulianov, era o nome verdadeiro de Lenine. Este morava na mesma rua que os poetas dadaístas. Conta a lenda que Ulianov chamou a polícia para repor a ordem, uma vez que, os poetas eram demasiado barulhentos.”. Confesso que esta não é uma das suas melhores intervenções, mas continua…
Falávamos da obra “O Processo” de Kafka. Surge um problema sobre um dos temas tratados no livro: „Herrenmoral“, ou seja, uma moral sem Deus e a „Sklavenmoral“, uma moral cristã baseada na culpa. A meio do seu raciocínio, o professor diz o seguinte:
“Cristo era um rebelde!” e fica-se por ali. Boa afirmação, verdadeira, mas sinceramente acho que o professor podia ter elaborado mais um bocadinho…
Andamos um bocadinho mais e paramos nos anos 20/30 do séc. XX, com a literatura de viagens. E o meu professor escolhe um livro deprimente como o raio! Annemarie Schwarzenbach é uma óptima escritora, lésbica, no entanto é viciada em morfina e álcool e para além de toda a sua perturbação a sua amante, que está a morrer, suicida-se. Ela tenta a reabilitação. A reabilitação falha, e ela cai outra vez na droga. Inconsolável com a morte do seu grande amor e tendo caído mais uma vez na droga, suicida-se. Comentário do professor:
“Cada um tem o direito a suicidar-se quando quer.”. Ok…
Continuando no tema das viagens, manda o professor a seguinte piada:
”Também têm aí umas Fraus que reisavam por aí.”. Passo a explicar. Em alemão verbo “viajar” é „reisen“. O meu professor quis fazer uma piada conjugando o verbo „reisen“ alemão, em portuguê… WTF?!
Viajamos até à antiga Pérsia, hoje Turquia, e vamos falar com o Xã. Para quem não sabe o povo ariano, aquele que o Hitler tanto exaltava, era o povo da Pérsia. Portanto, Hitler e os persas tornam-se muito amigos. Claro que havia sempre alguns que discordariam com estas boas relações… Para tratar disso
“vem o Klu Klux Klan e dá-lhes”, segundo o meu professor… Be afraid, be very afraid…
Se no primeiro semestre o professor John Greenfield não gostava de J.K Rowling e Tolkien, este gostava de fazer piadas acerca de ficção científica:
“Quem escreve ficção cientifica pode pôr os aliens verdes ou vermelhos, dependendo do clube de futebol.”. Yeah right…
Saindo um pouco da literatura alemã, mas continuando na literatura de viagens, o meu professor faz referencia a uma obra de Robert Byron, “The road to Oxiana”. Na história fala-se de um carro com um nome no mínimo curioso: Gogolmobile e de um casal cuja senhora é um bocadinho avantajada. Gogolmobile era um carro minúsculo onde mal entravam duas pessoas. Comentário do professor:
“A senhora era tão gorda, que eu não sei como cabia lá dentro…”.
Sensações e sentimentos… E o meu professor mais uma vez diz algo que nos passou completamente ao lado: “Aí também podem vir sensações quando uma pessoa já está um pouco ébria.”. Se calhar, quem estava um nadinha ébrio era ele…
Mais uma vez, algo que nos passou ao lado (acho que o meu professor, quando entramos no Médio Oriente, se perdeu um bocadinho):
“Não vou dizer “um suicida”, que “um suicida” pode ser um qualquer e vocês confundem.”. Pois… “É como a vida: os cabelos brancos vão aparecer, quer se queira, quer não.” Hã?! “Compra um Austin em 45ª mão…”. Pois, eu gostaria de saber quem foi o anormal que fez isso…
Mortes causadas pelas guerras e comparando com a morte da princesa Diana:
“A Princesa Diana morreu e foi “ai coitadinha!”. Morrem 500, que se lixe!”. Ready… Go!!!
Localizações: No livro fala.se de um deserto: o Steppe. O professor faz questão de dizer que a viagem pelo deserto demorou pouco, uma vez que, “entre Steppe e Nova Iorque, há mais trânsito em Nova Iorque.”. Continuando no Steppe, ou melhor, antes de lá chegar, uma vez que a acção se passa lá, e 2 folhas depois ainda não chegamos lá e só temos descrições de um conflito interior. Comentário profundo: “Ainda não entramos no raio do Steppe!”. Compaixão, muita mesmo…
Mais uma vez entrámos no campo da bebida e experiências pessoais:
“Copinhos de Reiki: Gosto dos copinhos.” Fiquei muito mais feliz depois de saber isto, não haja dúvida… Voltemos à infância e início da adolescência do meu professor… Ficamos a saber que o homem tinha uma avó inglesa… E ficamos a saber desta maneira, alguns factos curiosos acerca da senhora: “A minha avó era inglesa. E já no final da sua vida costumava estar sentada no sofá com o seu melhor amigo, Williams Lawson. Quando nós íamos pedir a mesada, ela antes de nos dar alguma coisa, dava um golinho no seu amigo e ficava muito generosa…”. Eu também queria ter uma avó assim…
Sobre a questão Portugal/Espanha e a batalha de Aljubarrota, faz o seguinte comentário à estátua da padeira: “É para lembrar aos espanhóis que temos padeiras corajosas.”
O meu professor, como quase todos, adora o senhor Bush. Aqui ficam alguns comentários sobre tão amada pessoa: “Ninguém acredita, além do Bush e outros cromos americanos, que o mundo foi criado como na Bíblia.”. “Bush! Não gosto muito de falar dele porque ele é um pateta alegre!”
Comentário sobre as diferentes culturas: “Os palestinianos são gente como nós, mas mais barulhentos.”
Estando eu trajada na aula e falando-se de Queima das Fitas, o professor com um risinho irónico diz o seguinte: “Umas pessoas de preto, na terça-feira, geralmente estão ausentes…”.
Falando da Alemanha e começando a falar de Hitler, é assim que o meu professor faz a descrição da Alemanha: “País Imperial, não estou a falar das cervejas.”. Sim, porque Alemanha automaticamente cerveja.
Target: Hitler.
“Este santo Adolfo não está no cânone do Vaticano.”. Mas deveria, uma vez que, a Igreja Católica nunca fez nada para o impedir de fazer o que fez…
Desengane-se quem pensava que Hitler acabou com o desemprego na Alemanha por promover a construção de auto-estradas e a indústria bélica. A verdade é esta:
“Havia poucos desempregados porque alguns foram parar a campos de concentração.”.
Mas a minha preferida é esta: “Havia uma anúncio na Áustria onde aparecia um casal muito velhinho, muito velhinho e dizia: “Estes são os pais do Hitler.”. Outro casal muito velhinho e dizia: “Estes são os pais de Estaline.”. Outro casal muito velhinho e dizia: “Estes são os pais de Mussolini.”. E no fim dizia: “Ah, se eles soubessem o que era Durex.” Sem palavras… XD.
Sobre o genocídio cometido por Saddam: "Morreram 2/3 da população. Há maneiras melhores para se fazer o controlo da natalidade.”.
Atendendo à quantidade de santos que existe: “Há santos para tudo! Pelo menos não existe desemprego para eles.”.
Outra vinda não sei de onde: “Num processo de auto-fagia podíamos ficar minúsculos, mas seria incómodo. Imaginem subir para o autocarro.”.
E por fim, falando do gosto pela natureza e pelo gosto de apreciar a vista de Heinrich Böll: “Agora está num cemitério com boa vista. Mas já não a vê.”.
E assim foi o segundo semestre de Literatura de Expressão Alemã. Tenho de agradecer ao professor. Sem ele isto não seria possível.

Sunday, June 1, 2008

Feeling Good... or not...

Nina Simone


Michael Buble


Muse
"What I want to tell,
Is what is on my mind,
taint dishes,
taint wishes
flying by before I die"

Marilyn Monroe