Wednesday, August 20, 2008

Como esquecer alguém em 5 minutos ou mais um bocadinho

Andava eu a passear pela blogosfera e resolvi procurar um blog que me animasse. Ora bem, como na noite anterior tinha estado a ver o "Boa Noite Alvim", na Sic Radical, resolvi procurar o blog do Alvim... Procurei e encontrei. E entre os seus muitos posts engraçados encontrei um que achei deveras curioso. Tinha o títtulo "Como esquecer alguém em 5 minutos ou mais um bocadinho". Eu não sou apologista do esquecimento. Muito pelo contrário. Acho que se deve recordar com uma certa nostalgia aqueles momentos bons e os momentos menos bons, recordar para não voltarmos a repetir o mesmo erro. Deixo aqui na íntegra o texto de Fernando Alvim. Mais uma vez volto a reforçar, não é da minha autoria (ainda não sou assim tão boa). Se quiserem ver o texto original ou cuscar o blog do Alvim aqui fica a morada: http://www.esperobemquenao.blogspot.com/.


"Como esquecer alguém em 5 minutos ou um bocadinho mais"

Antes de tudo, há que reconhecer que este poderia ser um belo nome para um daqueles livros que as pessoas oferecem umas às outras apenas e só pelo título e que usualmente se encontram em qualquer bomba de gasolina, no corredor do fundo, lado esquerdo, junto aos jornais. Não interessa o autor, nem se alguma vez se leu alguma coisa, nem se os críticos do mil folhas falaram bem, o que importa mesmo, é a mensagem que o título oferece a quem o recebe. E se depois lá dentro, nas páginas que se refugiam na capa, o conteúdo não for grande coisa, isso de nada importa. Entrega-se o livrinho como se estivéssemos a entregar uma senha de papel com uma mensagem, a fazer olhinhos, para a miúda que está na carteira ao lado: “Vai onde te leva o coração!”, “Fazes-me Falta!” “Não há coincidências” e claro o inevitável “Amo-te”.

Houvesse um medicamento, que depois de tomado nos fizesse esquecer a pessoa que amamos e as farmácias ficariam inundadas de gente à sua procura. Existisse uma operação que nos removesse a parte da memória que nos faz lembrar esse alguém e ficariam enormes as listas de espera para essa cirurgia. Mas não existe. Não há. Não se vende, nem se opera.

Mas pode-se esquecer? Pode. Como assim? Ora, usando uma técnica vulgarmente usada pelos bombeiros para extinguir os incêndios. O lendário truque do “Fogo contra Fogo” que basicamente consiste em lançar outro fogo em direcção ao que vem a arder. Assim, queima-se uma área que ainda não esteja ardida, para que quando o fogo lá chegar nada mais tenha para arder. E é limpinho.

O que há a fazer é queimar o que ainda houver de bom e fazer com que as coisas que estejam associadas à pessoa que queiramos esquecer não nos pareçam assim tão agradáveis. E quando ela – leia-se o incêndio – aparecer, já só resta terra queimada.

E assim, aproveitando esta bonita analogia dos incêndios, é justo revelar que aqui o grande problema é o vento, o vento que pode reacender as chamas. E esse vento, pode ser uma chamada dela – que ninguém atenda o telefone – uma súbita vontade de lhe ligarmos nós, às 4 da manhã com uma voz notoriamente embriagada – apague-se já o número – ouçam, o vento pode ser uma foto dela ainda no quarto – que se guarde isso numa gaveta escura – uma carta que imbecilmente relemos – perigo, perigo! – Aceitar um convite para jantar a dois sob o pretexto de irmos falar sobre o ambiente no mundo – isso é muito arriscado – ir a casa dela rever a primeira temporada dos Sopranos em dvd – que fique claro, ao aceitarem este convite, isto já nem será vento, mas possivelmente, um tornado.

E assim, voltando à perniciosa técnica do fogo contra fogo, o mais importante, é queimarmos tudo à volta sem usarmos um único fósforo. É dizermos “isto é muito bonito e tal, mas eu tenho que sair daqui antes que se faça tarde” e assim, ao não permitirmos recaídas que sabemos que só irão adiar o inevitável, extinguiremos o pouco que vai existindo até que tudo fique reduzido a cinzas, tão frias e inertes, que nenhum vento será capaz de as reanimar.

1 comentários:

Anonymous said...

Bem,gostei bastante desta técnica, bastante radical, mas, com os bons argumentos que o Fernando Alvim apresentou, parece-me que válida.
O pior mesmo é quando não há incêndio para apagar. Mas isso, minha cara amiga, já outra conversa...

:P

Bjo grandeee!! Adoro.tiii!!